Revista de Arqueología Histórica Argentina y Latinoamericana Vol. 16, Núm. 1, enero - junio 2022. ISSN 2344-9918
Asociación de Arqueólogos Profesionales de la República Argentina
Editorial

CARTA

DOS EDITORES

A publicação deste número representa uma celebração quer à consolidação do comité editorial, quer à inclusão da revista em novos índices: DOAJ (DIrectory of Open Access Journas), Latindex Catálogo 2.0, Malena y Mir@abel. Estas incorporações facilitarão a difusão do conhecimento dentro e fora da academia, em paralelo ao crescimento das nossas redes sociais. Ao mesmo tempo, e seguindo os cada vez mais estritos parâmetros de publicação a nível internacional, a RDAHAYL incluirá no processo editorial o reconhecido software para a detecção de plágios, iThenticate. O uso desta ferramenta garantirá de maneira ainda mais rigorosa a originalidade dos artigos publicados, cumprindo com os estândares de revistas científicas a nível mundial.

Os artigos do presente número dão conta de uma grande diversidade temática que, se bem abarca diferentes geografias e temporalidades, pode estruturar-se ao redor da conformação de narrativas históricas. Tais narrativas não só referem a aquelas que se disputam desde o âmbito científico-académica, mas também aquelas que abrangem construções cristalizadas na interação com as comunidades e o património histórico-arqueológico.

O artigo de Francisco Girelli e Alejandro Richard analisa as diversas etapas construtivas e de uso da “Casa de Chacareros”, um dos edifícios que compõe a “Chacra de Pueyrredón”, onde atualmente opera o Museo Pueyrredón (San Isidro, Província de Buenos Aires, Argentina). Os autores realizam um percurso histórico através de fontes e planos que dão conta das modificações que este local sofreu a partir das sucessivas reformas, ampliações e restauros. Da mesma forma, apresentam-se resultados das escavações realizadas neste último edifício, as quais permitem ver o contributo que a análise interdisciplinar aporta à problematização e ao desenvolvimento de processos de patrimonialização.

Maria García de Cecco e Carlos Insaurralde apresentam um artigo a partir das investigações realizadas na fronteira chaquenha, região que se manifesta com escassos antecedentes. Desde uma perspectiva descolonial, analisam a materialidade e as fontes documentais do sítio “El Fuerte de Cobos”, localizado na fronteira chaquenha da Governação de Tucumán. O principal objetivo deste trabalho tem como fim contrastar os discursos gerados pela historiografia local tradicional acerca do sítio. Como resultado, a análise conjunta de ambos os registos apresentados permitiu uma aproximação a novas tramas sociais que transitaram pelo forte e cuja presença não se refletiu nos relatos da historiografia oficial, nem nas atividades desenvolvidas no marco da sua posta em valor como Monumento Histórico Nacional.

O artigo de Micaela Grzegorczyk e Virginia Salerno aborda os grupos de detetores de metais na Argentina. As autoras propõem analisar e discutir as influências, preconceitos e motivações da comunidade detetorista desde a observação participante e a recopilação de dados nas redes sociais e mídia em formato digital. Os seus resultados expressam uma interessante heterogeneidade no seio das comunidades detetorista, assim como também manifestam a falta de conhecimento existente no que diz respeito das bases legais que determinam o carácter do património arqueológico. Acresce ainda a falta de comunicação presente entre estas comunidades e os/as profissionais da arqueologia, enunciando esta problemática como um tema pendente dentro da agenda de proteção do património histórico-arqueológico nacional e internacional.

Finalmente, o presente número finaliza com uma resenha escrita por Diana Acosta acerca do livro “Mujeres del passado y del presente. Uma visión desde la Arqueología Peruana”, publicado a finais de 2021 pelo Instituto Peruano de Estudos Arqueológicos. Este material se destaca por ser uma das primeiras publicações dentro do âmbito da arqueologia feminista e de género no Peru, convidando à comunidade académica a investigar mais sobre esta temática e incrementar a sua produção.

Comitê Editorial

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